quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Gabinete de História Natural / Revivências

http://www1.ci.uc.pt/museuzoo

Em 1772, Sebastião José de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal), embuído do espírito iluminista europeu dessa época, implementou em Portugal uma reforma dos estudos superiores que resultou na criação da Faculdade de Philosophia da Universidade de Coimbra. Mandavam os seus estatutos que os alunos fizessem observações sobre os três Reynos da natureza e demonstrações experimentais, daí o aparecimento das estruturas que dessem cumprimento a estas directivas, nomeadamente o Museu de História Natural. Para o organizar foi convidado o ilustre professor e investigador Domingos Vandelli, que foi também o primeiro professor das recém-criadas cadeiras de História Natural e Química.

A exposição apresentada procura recriar o Gabinete dos séculos XVIII-XIX, apresentando os vários tipos de colecções que constituiram o seu espólio.




O Museu tem as suas origens no século XVIII e está ligado à criação da Faculdade de Filosofia. Com o desenvolvimento da Zoologia e outras ciências, os mestres de então organizaram gabinetes de colecções de História Natural (Zoologia, Botânica, Mineralogia e Geologia) que serviam de apoio ao ensino prático e investigação. No século XIX, com a compra e oferta de colecções, o Museu ampliou-se e desenvolveu-se como centro de estudos das faunas nacionais e coloniais.

Em 1911, é criada a Faculdade de Ciências em substituição da de Filosofia e o Museu de História Natural passa a ser designado por Museu e Laboratório Zoológico, ao mesmo tempo que adquire autonomia relativamente às secções de Antropologia, Mineralogia e Geologia.

O edifício (nota histórica):
Em 1772, iniciou-se em Coimbra, por iniciativa do Marquês de Pombal, o Movimento de Reforma Universitária, procedendo-se à restauração e modernização dos estudos. Neste ano foram instituídos os estudos científicos no domínio da História Natural e foi criada a Faculadade de Filosofia, que compreendia um curso de Ciências Físicas e Naturais.

Filosofia, Educação das Crianças e Papel do Preceptor em Montaigne.

Divino José da Silva



Montaigne sintetiza a atitude filosófica perante um mundo que carece de sentido para o homem. Montaigne tinha, cujo remédio, buscar no exercício o filosofar, de imediato podemos dizer que não vamos encontrarmos neste autor uma idéia sistemática da Educação, mas alusões e motivos que aparecem dispersos em sua obra. A meta montaigniana era construir um ideal de sabedoria que continha um saber autoritário.

No século XVI (a época em8que viveu Montaigne), Foi o período em que o homem desenvolve nova percepção sobre a relação entre o mundo e os outros homens, esta nova perspectiva é produzida em um contexto histórico conturbado, cujos acontecimentos influenciam a Filosofia de Montaigne. O primeiro desses acontecimentos refere-se às profundas mudanças ocorridas no plano econômico, social e político, esses fatores conjugados possibilitaram, na França, a ascensão social da burguesia, que passa a participar, cada vez mais, dos assuntos do Estado e da economia, antes relegados ao clero e a natureza. O segundo fato trata da destruição das formas de pensar próprias da idade média, em oposição a esses sentidos, o homem burguês constrói uma nova ciência da natureza, que tem como pressuposto, a valorização da capacidade do próprio homem em desvendar as leis a ela imanentes. O homem e sua capacidade de investigação racional passam, a partir de então, a ganhar a cena.

Outro acontecimento como marcante desse período foi a Reforma Protestante, iniciada por Lutero e encabeçada por Calvin na França, esse movimento representou a reação dos reformadores ao poder do papado católico e a aspectos da doutrina ensinada pela igreja. Ainda que Martinho Lutero não tivesse propondo uma nova versão de Deus, o que ele fez, foi apresentar outra maneira de administrar a fé e o sagrado, ao mesmo tempo em que defendia a corrupção e o enriquecimento da igreja por meio da vendy de indulgências. O diálogo entre homem8e Deus cede agora lugar àquele entre o homem e seu próprio mundo. É um tempo marcado pela melancolia e tristeza. O homem entrega-se uma reflexão sem fim, na tentativa de encontrar uma verdade que pudesse orientá-lo neste mundo.

Montaigne se situa no início da modernidade, sua Filosofia marca a ruptura com a forma de pensar medieval, o que a filosofia montaigniana fez foi por em dúvida essa possibilidade de o homem acessar a verdade nos termos postulados pelo dogmatismo medieval. A razão humana perde o papel de centralidade no acesso à verdade do mundo para se tornar sua interprete: Aquela que dele fala. Donde conclui Montaigne não ter o homem a chave para decifrar o mundo e as coisas. O expediente adotado por Montaigne é examinar os pontos fracos da razão evidenciando sua impotência, “será possível imaginar algo mais ridículo do que essa miserável criatura, que nem se quer é dona de si mesma, que esta exposta a todos os desastres e se proclama senhora do universo?” (MONTAIGNE, 1996, p. 376). Como tais perguntas, inicia a empreitada contra a arrogância e presunção do homem. Montaigne critica também o antropomorfismo das ciências da época, que julgam os céus, o mundo a partir das necessidades do próprio homem.

A prática de analisas continuamente foi o recurso por ele encontrado para devolver a si mesmo “o pleno exercício de seu próprio julgamento, sem nenhuma submissão a uma autoridade externa”.

A condição para a formação humanista requer a abertura para o mundo da natureza e da cultura por meio de viagens, visitas a outros povos, pela observação dos fenômenos da natureza, pela atenção aos aspectos da vida cotidiana, pelas conversas com os servos, pela prática dos esportes e das artes e, claro, pela observação da vida política. A formação e o cultivo do espírito do gentil homem não se poderiam dar alheios a tudo isso.